6.04.2007

fofos

Já se apaixonou por uma pessoa por ela ser muito, mas muito fofa? Aliás, só para constar, fofo é um adjetivo inexistente, já percebeu?

Defina pra mim, sem as mãos, o que é fofo.

Viu? Não dá. A gente sabe o que é fofo, mas não consegue explicar o que é. É como qualidade. Mas não comecei esse post pra falar de palavras e sim de pessoas.

Às vezes acontece isso comigo. Me apaixono por pessoas fofas. E sempre no final é sempre uma decepção. E não pode ser diferente, a fofura acaba, sempre. Porque todo mundo é humano, todo mundo faz cocô, todo mundo tem mal-humor, todo mundo um dia tem problemas. Inclusive os fofos. Deve ser por isso que os vilões são muito mais interessantes nas histórias do que os mocinhos. Porque a fofura um dia acaba, e a vilania é sempre instigante, misteriosa. E você já encontra o vilão sabendo que ele não é perfeito. Um malvado desperta o desejo inconsciente dos outros. O lance do proibido instiga, dá tesão.

A fofura é apaixonante apenas por que todo mundo gosta de ser bem tratado, ter o ego alisado. Mas o fofo cansa, se torna insípido e convenhamos, tudo que temos na mão sempre acabamos colocando de lado. Para que dar isca à peixe fisgado?

Já notou que as pessoas-mais-queridas-do-mundo sempre se fodem nos relacionamentos? Vai dizer que não? As pessoas gostam de ser maltratadas, xuxu. É inconsciente. Juro. Se você parar pra pensar com certeza vai encontrar alguém que passou pela sua vida e que te fez sofrer muito. E que você, bobo, caía de amores. Hoje você olha pra trás e fala "como eu fui estúpido". Claro. Todo mundo é estúpido uma vez na vida. Pelo menos uma vez. Porque tem gente que não se satisfaz com pouco e fica se fodendo sempre. Pois é. No final das contas, começo a acreditar que as pessoas se relacionam pra ocupar a cabeça. Não existe relacionamento simples, notou meu amor? Todo mundo gosta de caçar pelo em ovo.

Síndrome de Romeu e Julieta. O negócio é fazer drama e como já disse em outra ocasião: Drama não me veste bem.
Os fofos, tadinhos, acabam sempre sozinhos. Ou se envolvendo com gente que não dá a mínima pra fofura deles. E eles dramatizam. Acho que no fundo todos nós procuramos alguém que nos faça sofrer. Um pouquinho que seja. A felicidade suprema enjoa. Sem obstáculos as pessoas perdem a motivação. Tou mentindo? Vai me dizer que todos os seus relacionamentos até hoje eram perfeitos, sem brigas, sem sofrimentos?

Balela, meu amor. Ba-le-la.

Eu particularmente amo gente maldosa, sério. Não gente que faz maldades, mata cachorro ou amarra bombinha em rabo de gato. Gente maldosa, sarcástica, irônica, que não leva a vida muito a sério e nem se importa de ficar amaciando o galo dos outros. Gente assim é que é boa, sabe? Ser bonzinho, politicamente correto é equivalente a ser chato, desprovido de personalidade, ter medo de falar aquilo que sente.

Se filme e novela fossem como a vida real os mocinhos morreriam no final. Mentira. Não precisariam morrer. Simplesmente o protagonista ia se encantar pelo bandido e o mocinho ia chupar o dedo. Óbvio. Mais complexo, mais misterioso.

Mocinho fofo é igual sopa de hospital. Mata a fome, mas é insosso demais.

2 comentários:

B. disse...

de fofo e de pulha todo mundo tem um pouco.

R. disse...

"Pulha", fazia tempo que não ouvia essa paravrinha.