10.01.2007

Flertar. Fler-tar, s.f., namoricar, paquerar, procurar relacionamento amoroso leve e despretensioso.

Trepar. Tre-par, v.t., subir, alçar-se, ascender, agarrar-se com as mãos; ch. ter relação sexual, transar.

9.21.2007

Assim, meu anjo. Sei que faz um tempão que não apareço por aqui, que não escrevi tão pouco liguei para avisar que ia ficar sem aparecer, mas não precisa ficar chororô, afinal você já devia ter se acostumado com isso, coisa de gente canalha. Te abandonei, eu sei. Por quê? Ora, por que não? Tava sem vontade, meio apagado, sem tesão. Sem tesão por tudo isso, blá blá blá e coisa e tal. Queria um pouco de ação.

Por que voltei? Não me faça perguntas difíceis. Voltei por quis, por que tava com saudades de ti ou talvez só estava entediado demais para procurar algo novo, daí lembrei de você. Mas a verdade é que nunca vou saber, nem você. Vim te ver, simples assim.

9.13.2007

Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade Federal de Pernambuco, que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta. Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

8.28.2007

eu poderia ficar realmente apaixonada por ela. mas prefiro flanar por aí.

8.09.2007

um dos mottos de Hillary Clinton para 2008

"sometimes the best man for the job is a woman . "
tá aí , gostei !

7.31.2007

Terceiro passo para quem procura a redenção: Martírio.

Você não deistiu tão fácil de levar uma vida honesta e digna, não é? Fique tranquilo que episódios como o da missa tendem a acontecer nas melhores famílias, e convenhamos, a sua não se encaixa nesse perfil.

Nada melhor para tomar um rumo na vida do que através do martírio. Claro que é espiritual, sua jega. Martírio com corrente, liga, chicote e coturno lá na minha casa é fetiche. O grande lance é espiar os pecados através do sofrimento amoroso. Afinal, o que pode ser mais puro que o amor platônico?

Primeiro: Arranje uma musa inspiradora inalcançável e inabalável. Uma filha da puta (desculpe, inferno astral) insensível para ser mais exato.
Segundo: Grude nela como chiclete, lhe mande flores, telefone de hora em hora, compre um livro que sabe que ela nunca vai ler, limpe o vidro do carro dela e coisas do tipo, até ela se encher de você e te presentear com a mais completa indiferença.

Terceiro: Monte um blog e sofra, mas com voracidade, como se a porra do mundo fosse acabar num mar de lágrimas. Presenteie seus amigos com guarda-chuvas.

Continue assim por alguns anos, creio que uns dez basta. Aos poucos vá parando de comer e beber, caia de febre na cama. Quando ela vier lhe ver no leito, conte como foi dura sua vida sem ela e como poderiam ter sido felizes juntos. Morra.

Pronto você comprou seu lugar no céu.

7.27.2007

Ok. Sexta-feira. Frio. Cachecol. Cerveja gelada ou chocolate quente? Tanto faz. Hasta siempre, ma beibe.

7.26.2007

Hoje estou com uma vontade de fazer arte...

7.23.2007

Redenção: 4º ato.

Nunca dê risada do coroinha, mesmo ele sendo namorado do padre não quer dizer que ele queira entrelaçar a fé dele com a sua. O que o padre guarda embaixo da batina é confidencial, e qualquer manifestação de vida sob a mesma é puro fervor de fé. Não adianta, a tecladista não vai tocar um ritmo mais caliente durante a missa. Haja o que houver mantenha-se sério e lembre-se, anões não são hereges e tem lugar garantido no flanco divino.
Existe ainda a opção do depósito em conta, você não precisa ir a missa e tem lugar garantido no céu, além de poder ter um padre e um coroinha só pra você. Meus pecados eu pago no débito em conta, e minha casa está cheia de freiras. Nada melhor.
Segundo passo de quem procura a redenção: A Missa.

Não desista apenas por que o lance da igreja evangélica não deu certo, às vezes somos rigorosos demais conosco. Partindo do princípio que se arrepender já é um princípio, comece pelo básico e passe a frequentar a missa dominical como todo bom cristão.

Procure sentar em uma fileira do canto, pecador tem cara de pecador, por isso evite se sentir um peixe fora d'agua e fique na sua. Daí em diante é só seguir o enredo e cantar qunado todo mundo canta, rezar quando todo mundo reza e sentar quando todos ajoelham. Cochilar não é de bom tom.

Nota: caso lhe dê sede no meio da longa hora e meia de missa, lembre-se que aquilo em cima da "mesa" no centro da igreja não é um "copo de viado" e sim um cálice; dentro não tem água e sim vinho; e o "filho da puta" de branco tentando tirá-lo da sua mão é o padre.

7.20.2007

Primeiro passo de quem procura redenção: Entrar na igreja evangélica mais próxima de onde estiver e se arrepender dos anos de depravação, pecados mortais e desencaminhamento.

Ajoelhe-se perante a obreira que vier te recepcionar e se confesse fervorosamente, começe com um velho "eu preciso de ajuda" e parta para aquele papo de como o mundo pode ser um lugar ruim. Elas tendem a ser extramente compreensivas.

Nota: Se a obreira em questão for alta, morena e com corpo escultural evite olhar para as pernas dela, frases como: "Jesus! Tira dela essa saia" e coisas do tipo. Se não conseguir evitar, ela gosta de Marisa Monte e só bebe whisky cowboy. Flores ajudam.

7.19.2007

Assim, cansei dessa coisa de orgias diárias e porres homéricos, de hoje em diante sou crente...

7.10.2007

O que você está procurando? Vem cá, me diz baixinho, juro que não conto para ninguém.

O MISTÉRIO DO CAVALO DE ÉDIPO

Édipo amarrou o seu cavalo? Perguntou a Medusa para Édipo:— Escuta aqui, você viu bem onde amarrou seu cavalo? (O cavalo era um Pegasozinho meio de quinta. Mas com asas.)— Hein? — resmungou Édipo, as rédeas ainda na mão.— Não faz o distraído comigo que eu te petrifico, viu? — grito a Medusa, que era muito temperamental. — Te conheço não é de hoje.— Saco — murmurou Édipo. — Sempre onipotente. Medusa ficou uma fúria:— Olha nos meus olhos já! — ordenou. — Direto nos meus olhos, seu panaca. Ela olhou fundo nos olhos dele. As cobrinhas da cabeça ficaram em pé. — Considere-se petrificado.— Naja idiota — bocejou Édipo. — Não vê que sou cego? Medusa bateu na testa:— É mesmo! Por Juno, eu tinha esquecido. Sei, sei. O enigma, Tebas, Jocasta, aquela baixaria toda. Cuspiu de lado: — Tarado. Édipo ia reagir quando chegou Perséfone: percebeu pelo excesso de perfume no ar. Sim, pensou, Perséfone tinha mesmo ficado meio tang demais depois de superada aquela horrível fase darkno Hades.— Édipo, meu gato! — ela gritou. — Nossa, quanto tempo. Desde aquela tarde em Elêusis, quem diria? — Começou a falar outra abobrinha qualquer, mas interrompeu-se com um grito: — Por Palas-Atena, baby: Você viu bem onde amarrou seu cavalo?— Perua! — interrompeu a Medusa. — Eu já dei o toque pra ele. Perséfone fez que não ouviu. Já tinham rolado uns lances entre elas no verão passado, em Creta (Medusa calçava bico largo). Super-heavy: Perséfone preferiu tirar o time. Mais ainda depois que conhecera Teseu, na musculação. Insistiu, como se Medusa não existisse:— Mas me diz, meu bem: você viu onde amarrou seu cavalo?— Eu não vejo, pô — rosnou Édipo. — E você que vê, por Cronos, poderia me fazer o enorme favor de dizer, Parcas, onde...Perséfone era muito dispersiva. Nesse momento olhou para cima e viu o inconfundível acrílico da asa-delta de Ícaro. Chamou:— Ícaro! Ícaro, desça já-já aqui, seu piradinho! Ícaro desceu. Não porque tivesse ouvido (ao voar, usava sempre headphones com som de Phillip Glass: dava o maior clima), mas por coincidência tinha olhado para baixo e visto os três. Quatro com Pégaso.— E aí, lasanha? Dando banda? — Perséfone era demais galinha.— Estou procurando Apoio — respondeu Ícaro, muito digno. Baixo-astral como era, Medusa não perdeu a oportunidade:— Apolo? Acabei de vê-lo com Narciso, nos Jardins com as Hespérides. Aliás, nunca vi Narciso tão bonito. Herítia apresentou uns pomos pra eles, e você precisava ver, que gracinha, Apoio dando pedacinhos pra ele...Ícaro ficou lívido. Estava a ponto de rodar a cariátide quando Perséfone, diplornatiquérrima (era Libra), cortou:—Você conhece Édipo, Ícaro?— Prazer — disse Ícaro, estendendo a mão. — Ícaro.— Édipo — disse Édipo, uma mão nas rédeas, outra tateando no ar. — Escuta, você não é o filho de Dédalo?— Você conhece meu pai? Ele... — Ícaro parecia encantado, mas interrompeu-se com um grito: — Por Vulcano, Édipo! Você viu bem onde amarrou seu cavalo? Foi então que Édipo sacou que a situação era realmente grave. Soltou as rédeas e disse aquela frase que acabou entrando para a História: — Por Zeus, vocês que vêem querem parar com essa galinhagem e me dizer de uma vez por todas: onde foi que eu vim amarrar meu cavalo?
Pequenas Epifanias - Caio Fernando de Abreu

7.06.2007

Isso resume tudo. Transeuntes perdidos em seus próprios interesses circulando descompromissadamente pela cidade. Executivos, viciados, trabalhadores, vagabundos e putas tristes. Não importa quem, no final todos fazemos parte dela, movidos e alimentados por sua virulenta rotina que nos sufoca. Sufoca como a amante ciumenta. Ama e aprisiona. Oferece seu sexo, seu cheiro de vinho barato em troca de nossa liberdade. Sonho, delírio e desejo, nada mais. Ninguém mais. Viemos a ela e dentro dela nos perdemos entre seus rios, pontes e viadutos pichados com palavras ordinárias. Atraídos por sua mágica amamos e nos perdemos, sem inocência, sem remórsos ou mágoas.

Sexo e luzes. Quantas histórias você não guarda em suas esquinas? “Heavy Sampa”, diria alguém que gosta de Caio.

7.05.2007

pois dou a minha bunda à tapa!!!! aliás, minha cara!

7.04.2007

Meio abandonada a coisa por aqui, hein? Algo como um monólogo a três... um threesome? Hummm! coisa de louco, meu amor.

Apesar de eu preferir em francês, que é muito mais chique.

6.28.2007

Assim, sem muitas delongas, ma beibe. Estou cansado de tanto blá, blá, blá. Às vezes a gente fala demais, pensa demais, calcula demais e esse lance de calcular é um sempre um porre, sabia? Simples coisas de dois comum de dois, nada de pensar demais. Não dá para pensar em tudo, meu amor.

Agora, ficamos cá e lá, sem muito sentido, contando histórias para o outro escutar. Hoje não vou escutar suas histórias, tão pouco ficar olhando teu globo ocular. Coisas de dois, meu amor. E dois são assim, gente que fica se contando histórias...

6.26.2007

Então fica assim. Combinado?

Faço de conta que não vi nada, que não fiz nada, que não lembro de nada. Você disfarça e não me olha, não me sente, não me toca, me ignora. E a coisa vai seguindo seu rumo, entre uma página e outra, uma garrafa e outra, uma esquina e outra. Nada demais, nada para se lembrar, nada para se esquecer ou se falar. Ou não é isso verdade? Dois perdidos de dois, sem saber dizer quem diz saber a verdade. Nada muito lógico, nada muito claro, como é sempre entre dois. Coisas de dois.

Vamos assim levando, tocando, fugindo, brincando sobre aquilo que ninguém deve saber. E quem sabe noite dessas a gente se encontre, cansados desse esconde-esconde, procurando motivo de ter o que esconder.

6.25.2007

Hoje estou malvado. Juro, xuxu. Não adianta fazer essa cara de quem não acredita, pois posso ser uma péssima pessoa quando quero. Afinal, meu amor, tudo na vida tem seu lado ruim, não é??? Sempre tem que existir o lado sarcástico, injusto e cruel para tornar as coisas mais saborosas, senão seria muito preto no branco. Coisa chata isso. Trepar de pijama e meias.

Ok. Ainda não quero falar sobre trepadas e afins, e como estou malvado vou contar uma historinha para vocês, uma que tenho certeza que você já ouviu da sua mãe, mas não da forma que eu gosto de contar. Vou contar para você a história da Chapeuzinho Vermelho.

Não torce o nariz, meu amor. Não é a versão do Charles Perrault adaptada para o folclore francês que vou contar para você. Vou contar a versão original do conto. Aquela que sua vovó sempre trancou no fundo baú para que você, quando era um lindo bebezinho loiro de olhinhos cinzentos, nunca ficasse sabendo que a vida pode ser muito má.

Era uma vez...

Uma garotinha que tinha que levar pão e leite para sua avó doente. Quando saia de casa com a cesta repleta de comida, seu pai lhe alertava que deveria sempre se manter na trilha e jamais cruzar pela floresta escura, apesar de esse ser o caminho mais rápido para a casa de sua avó.

O inverno era o mais frio em anos e a trilha que serpenteava pela orla da floresta estava coberta por uma neve espessa e escorregadia que se estendia até as copas das árvores.

Enquanto caminhava amedrontada sempre a seguir pelo caminho indicado, a garota podia ver ao longe o brilho nos olhos dos lobos que a acompanhavam ao longe, das sombras da floresta, mas sem ousarem se aventurar até campo aberto. Os olhos de um deles eram particularmente assustadores e ardiam como labaredas na noite.

Após algumas horas ela podia ouvir os uivos a rodearem, e apesar de acelerar o passo, parecia que mais e mais lobos a cercavam. Foi quando surgiu em sua frente o lobo de olhos vermelhos, maior que os demais que não se arriscavam a deixar às sombras.

"Onde vai pequenina?", perguntou o Lobo.
"À casa da de minha avó", respondeu a garota trêmula de pavor.
"E onde fica a casa de sua vó?", tornou a perguntar o lobo.
"No final da floresta”, respondeu a menina.
"E o que levas nessa cesta?”, tornou o lobo cheio de malícia ao sentir o cheiro da comida.
"Nada que lhe interesse. Agora saia de minha frente para que chegue logo ao meu destino", respondeu a menina com rispidez.

O Lobo pensou em atacar a menina ali mesmo, mas logo teve outra idéia e saiu do caminho para que ela passasse. Muito esperto, chegou primeiro à casa pelo caminho da floresta e lá encontrou a vovó dormindo. Cortou-lhe a garganta e colocou seu sangue numa garrafa, fatiou sua carne num prato, comeu e bebeu satisfatoriamente, guardou as sobras na despensa, colocou a camisola que a velha vestia e esperou na cama.

Toc. Toc. Toc. Soou a porta.

"Entre, minha querida", disse o Lobo.
"Eu trouxe o pão e o leite para a senhora, vovó", respondeu Chapeuzinho Vermelho.
"Entre minha querida. E coma algo, tem carne e vinho na despensa.", disse o Lobo.

A Menina então comeu o que lhe foi oferecido, e enquanto comia o gato preto que era de sua vó a observava aos murmúrios:

"Vagabunda! Então, come a carne e bebe o sangue de tua avó com gosto. Ata teu destino ao dela."

Após ver que a menina terminara de comer, o Lobo disse:

"Dispa-se e venha para cama comigo"
"O que faço com meu vestido?", questionou Chapeuzinho.
"Jogue na lareira. Não precisará mais disso", respondeu o Lobo.

E para cada peça de roupa que a garota retirava, corpete, anágua, meias, a garota refazia a mesma pergunta, e o lobo respondia:"Jogue na lareira. Não precisará mais disso"

Então a garota deitou-se ao lado do lobo, e ao sentir o toque do pelo roçar em seu corpo disse:

"Como a senhora é peluda vovó!"
"É para te esquentar, minha neta", respondeu o lobo.
"Que unhas grandes a senhora tem!"
"São para me coçar, minha querida"
"Que olhos grandes a senhora tem!"
"São para te ver melhor, minha querida"
"Que dentes grandes a senhora tem!"
"São para te comer"

E então a devorou.

... Fim.

Hoje em dia muita gente pulava no colo do lobo...

6.22.2007

somebody with luck always exists

Cara eu estava pensando em escrever algo pra você, mas eu tenho uma incompetência gigantesca e atrapalhada pra me dirigir a alguém na hora de escrever. Então desencana isso não é pra você e nem pra mim, é só fluxo pouco dramático, porque sim é preciso escrever e o resto da humanidade deveria saber disso. Escrever não é arte, é necessidade desenfreada, ou fissura como já disse a Ana C. Então como você prefere, com vaselina ou sem vaselina?
Quando apareceu o primeiro fio de cabelo branco, pensei: "Vou dar um tiro na cabeça". Não dei. Depois quando começaram a cair os cabelos (incluindo os brancos), pensei: "Vou dar um tiro na cabeça". Não dei. Quando broxei a primeira vez, pensei: "Vou dar um tiro na cabeça". Não dei. Provavelmente quando fizer o exame da próstata também não darei um tiro na cabeça. A gente sempre se acostuma com essas novas realidades.

6.20.2007

hoje tive Shiitake na janta . tá e daí ? daí que Shiitake na janta foi uma extravaganza dos sentidos , foi carne alheia na minha língua , carne alheia aqui , hoje . Shiitake , você nunca mais será visto com os mesmos olhos na prateleira do Walmart ... jamais degustado da mesma forma . Love U babe !!

6.12.2007

Aproveitando a deixa mister R...

Eu sou o garçom do boteco e blá blá blá.....mas vamos logo aos finalmentes: meu negócio é sexo selvagem então se você estiver carente me liga, anda me liga, vai...pode ligar...homem, mulher, porta, viga, mesa, estante....dia dos namorados nada melhor do que me ligar...seja você hetero, bi pan tetra ou uma árvore...não me importo com sua perna mecânica, nem com seus nove dedos, nove dedos é sexy, eu sou assim aberta a novos relacionamentos, posso ser a secretária, estudante ou amante, se você for anão também não tem problema...é muito sexy ser anão e se sua cara der na minha cintura melhor ainda. Vem ser feliz comigo, eu sou legal até bato se você pedir. Anda me liga dá tempo ainda de se apaixonar hoje é dia dos namorados. Fica triste não, eu te amo!

Top 5 coisas para se fazer sozinho em SP no dia dos namorados

5. Supermercado
Parece deprimente, não meu anjo? Ficar zanzando pelos corredores de um supermercado e pegar fila no caixa enquanto todos seus conhecidos pegam fila no motel... E realmente é, mas nunca se sabe se num desses correres podemos encontrar um ser ninfomaníaco irascível sedento por uma noite ardente de sexo selvagem.

4. Livraria Cultura
Conhece aquele ditado de quem está no inferno abraça o capeta? Então, passear na Mega-master-blaster loja da Livraria Cultura no Conjunto nacional é mais ou menos isso. Já que você não vai gastar dinheiro fodendo, você pode foder seu dinheiro em meio aos milhares de volumes disponíveis. Além do que nunca se sabe quando um nerdzinho da sessão de mangás pode se revelar um ninfomaníaco irascível sedento por uma noite ardente de sexo selvagem.

3. Parque do Ibirapuera
Nada para fazer de tarde, xuxu? Na Tv só passam filmes com casais românticos se beijando louca e apaixonadamente? Vá para o retiro idílico mais procurado da cidade e leve seu cachorro junto! Está tão sozinho(a) que nem sequer um cachorro tem? Sem problemas, se jogue no lago e torça por um bom samaritano ninfomaníaco irascível sedento por uma noite ardente de sexo selvagem te salvar.

2. Häagen Dazs
É isso aí, sorveteria no inverno e hoje também está muito quente. Serve para, digamos, er... esfriar os ânimos já que parece que a coisa não vai mesmo esquentar para o seu lado hoje. Já que é para afogar as magoar num pote de sorvete, que seja em grande estilo, meu amor. Se você der sorte passa mal e acaba no hospital realizando seus mais safados desejos com um enfermeiro ninfomaníaco irascível sedento por uma noite ardente de sexo.

1. Boteco
Infelizmente é isso aí. Dia dos namorados não foi feito para passar solteiro, parece que tudo remete ao tema de coraçõezinhos unidos tilintintando. Se você já fez de tudo e não conseguiu se arranjar, sinto muito. O negócio é ir para o bar mais próximo e enfiar o pé na jaca, amor. Beba até cair, e mesmo que o garçom não seja grande coisa, você já sabe... no final da noite ele pode se tornar um ninfomaníaco irascível sedento por uma noite ardente de sexo.

6.06.2007

a palavra é...

o erro?
profanação?
ela é o que sobrevive à história...

peço ajuda do auditório....

descoberta

- Eu sempre sujo o óculos de certas pessoas.

Dúvida: seria "o óculos" ou "os óculos"? Sempre tenho essas dúvidas de concordância.

6.05.2007

Engraçado é que essa noite eu sonhei, e sonhei exatamente o que estava querendo sonhar. Mas eu não vou contar porque se eu contar o sonho quebra e eu não sonho mais o que quero sonhar, assim....como uma maldição, Mrs Sandman pode não vir mais me visitar.
Hoje a noite de novo.

Plagiando R:
Sweet dreams are made of these
Who i am to disagree
Travel the world and the seven seas
Everybody's looking for something
Some of them want to use you
Some of them wanna be get use by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abuse

ui!

Vocês viram a cintada que levei? Cuidado com ela, é sempre com o lado da fivela, xuxu. Sempre tem quem goste, não é? Sempre tem.

Você também gosta de cintadas??? Não precisa ficar com vergonha, cada um gosta do que quiser, meu anjo. Cintada, bofetada, mulher, homem, homem e mulher, árvores, etc. Afinal, imagina se o mundo fosse todo igual??? Coisa chata. Um monte de gente de terno e gravata fazendo sexo de meias. Nada mais sem graça que meias e pijamas, pelo menos para mim (antes que leve outra fivelada... eu gosto, mas vai com calma, senão machuca). Meias e pijamas lembram monotonia, televisão, dominó, etc. Meu terapeuta diz que deve ser algo relacionado a infância... foda-se, simplesmente não gosto. Prefiro dormir nú. Nú em pelo. P-E-L-A-D-O. Mesmo no frio, para que existe edredons, lençóis e cobertores de orelha? Só passa frio quem quer, meu amor. E como anda frio, não é???

Voltando a coisa de ser todo mundo igual, nada pior do que massificação. Juro, esse lance de perca da identidade em função da sociedade não me convence, as pessoas serem diferentes que me deixa curioso quanto a elas, que faz dar choque... mas não vou mais falar sobre isso, senão é fivelada...

Hummmm...

6.04.2007

Hei, mas eu sou fofa! Uma fofa canalha! Ta valendo?!
Xuxu, todo mundo é meio dramático, assim... você faz um drama quando tem que subir até o 13º, faz drama quando tá com fome. Vai, sem essa de dividir a humanidade em fofos e canalhas, yin e yang e blá - sabe toda essa parafernalha filosófica. Nada mais hot do que um canalha fofo ou vice-versa.....de psicopata todo mundo tem um pouco! Mas porque mesmo que eu estou falando disso?! Tá vendo mister R. o que uma lan e a cabeça lá no polo norte faz com a gente!? E eu queria falar de sonhos....mas do meu mato não sai mais coelho.

fofos

Já se apaixonou por uma pessoa por ela ser muito, mas muito fofa? Aliás, só para constar, fofo é um adjetivo inexistente, já percebeu?

Defina pra mim, sem as mãos, o que é fofo.

Viu? Não dá. A gente sabe o que é fofo, mas não consegue explicar o que é. É como qualidade. Mas não comecei esse post pra falar de palavras e sim de pessoas.

Às vezes acontece isso comigo. Me apaixono por pessoas fofas. E sempre no final é sempre uma decepção. E não pode ser diferente, a fofura acaba, sempre. Porque todo mundo é humano, todo mundo faz cocô, todo mundo tem mal-humor, todo mundo um dia tem problemas. Inclusive os fofos. Deve ser por isso que os vilões são muito mais interessantes nas histórias do que os mocinhos. Porque a fofura um dia acaba, e a vilania é sempre instigante, misteriosa. E você já encontra o vilão sabendo que ele não é perfeito. Um malvado desperta o desejo inconsciente dos outros. O lance do proibido instiga, dá tesão.

A fofura é apaixonante apenas por que todo mundo gosta de ser bem tratado, ter o ego alisado. Mas o fofo cansa, se torna insípido e convenhamos, tudo que temos na mão sempre acabamos colocando de lado. Para que dar isca à peixe fisgado?

Já notou que as pessoas-mais-queridas-do-mundo sempre se fodem nos relacionamentos? Vai dizer que não? As pessoas gostam de ser maltratadas, xuxu. É inconsciente. Juro. Se você parar pra pensar com certeza vai encontrar alguém que passou pela sua vida e que te fez sofrer muito. E que você, bobo, caía de amores. Hoje você olha pra trás e fala "como eu fui estúpido". Claro. Todo mundo é estúpido uma vez na vida. Pelo menos uma vez. Porque tem gente que não se satisfaz com pouco e fica se fodendo sempre. Pois é. No final das contas, começo a acreditar que as pessoas se relacionam pra ocupar a cabeça. Não existe relacionamento simples, notou meu amor? Todo mundo gosta de caçar pelo em ovo.

Síndrome de Romeu e Julieta. O negócio é fazer drama e como já disse em outra ocasião: Drama não me veste bem.
Os fofos, tadinhos, acabam sempre sozinhos. Ou se envolvendo com gente que não dá a mínima pra fofura deles. E eles dramatizam. Acho que no fundo todos nós procuramos alguém que nos faça sofrer. Um pouquinho que seja. A felicidade suprema enjoa. Sem obstáculos as pessoas perdem a motivação. Tou mentindo? Vai me dizer que todos os seus relacionamentos até hoje eram perfeitos, sem brigas, sem sofrimentos?

Balela, meu amor. Ba-le-la.

Eu particularmente amo gente maldosa, sério. Não gente que faz maldades, mata cachorro ou amarra bombinha em rabo de gato. Gente maldosa, sarcástica, irônica, que não leva a vida muito a sério e nem se importa de ficar amaciando o galo dos outros. Gente assim é que é boa, sabe? Ser bonzinho, politicamente correto é equivalente a ser chato, desprovido de personalidade, ter medo de falar aquilo que sente.

Se filme e novela fossem como a vida real os mocinhos morreriam no final. Mentira. Não precisariam morrer. Simplesmente o protagonista ia se encantar pelo bandido e o mocinho ia chupar o dedo. Óbvio. Mais complexo, mais misterioso.

Mocinho fofo é igual sopa de hospital. Mata a fome, mas é insosso demais.

6.03.2007

notas notáveis

1. Henry Miller de dez reais tem um gosto muito melhor;

2. Saudades das noites sem fim;

3. De sexta-feira a noite os ônibus são rápidos demais;

4. Cuidado com elevadores;

5. Sem mp3 a vida seria mais triste;

6. La felicidad es quimica;

6.01.2007

Eu sempre uso essa cantada.

Blog pervertido.

simplicidade

- Oi, tudo bem? Me chupa!!!!

As vezes as coisas deveriam ser simples assim...

eu de nós

Eu não vou falar de tudo eu prefiro falar de mim. De mim nos outros, do meu eu na tua cara. Do meu DNA na tua camiseta. Tenho projetos malignos para esse blog cor-de-rosa demodê.
To brincando, vou ser legal. Eu tenho é só pose de mau.
Na verdade esse blog no plural começou por paixão, isso mesmo, paixão. Uma menina compulsiva e um cara neurótico, não não...aí não tem romance, o lance da paixão é pansexualismo puro, é..eu encontrei um pansexual como eu, movido por paixão, e veja só...paixão pelos inanimados, igualzinho. E o auge do nosso relacionamento foi na Saraiva, arrepiados os dois, emocionados os dois por uma transa foderosa com um quadrinho do Neil Gaiman.
Eis que surge a grande idéia, um blog para dois, e a gente finge que não sabe que você ta fingindo que não sabe que é a gente. Claro que entendeu.

um...

Coisas assim... de gente que mora em São Paulo, caminha, trabalha, se apaixona, gosta de umas coisas, desgostas de outras (por que não?), fuma, escreve, escuta, mente, grita, enxerga (só o que interessa), bebe café, chora, sofre, manda flores, grita, tropeça, beija, sobe ladeira, pega ônibus lotado, acorda de mau humor, tem riso fácil, fode, aluga, dorme, sonha (às vezes acordado), procura, esconde, joga, lê, coleciona, se decepciona, quer, bate, pinta, borda, coloca botões... enfim, coisas de gente que vive.

Isso é o que você vai encontrar por aqui, talvez um pouco mais, talvez não. Escritos escritos por duas pessoas que podem amar enlouquecidamente em uma hora e noutra odiar com todas as forças. Dois comuns de dois.

Quando se vive, mas se vive de verdade, nunca se sabe o que vai encontrar pela frente, na próxima esquina, no próximo boteco... amor demodê ou putaria? Vinho ou vodka? Essa é sempre a pergunta, não é? O ponto que vale a pena prestar atenção.

O que vamos encontrar pela frente?

Coisa assim...