7.18.2008

revival minha filha!

Eu nem acredito que to vindo aqui, faz mil anos (calma, eu ainda to gatinha). Mas aí hoje deu uma vontade insana de gente insana de fazer insanidade. Te falar um monte de putaria. Te mostrar o dedo na rua. E mandar aquela velha chata tomar no cu (e o cu dela ta novinho). Não te assusta, eu sou de família, nenhuma pretensão de virar quenga. Cadê a minha amiga onça? Que fez moralmente as pazes comigo. Por que a gente andava meio pé-de-chinelo, é o trabalho, a mesma história. Jura? Uma hora a coisa volta com força.

10.01.2007

Flertar. Fler-tar, s.f., namoricar, paquerar, procurar relacionamento amoroso leve e despretensioso.

Trepar. Tre-par, v.t., subir, alçar-se, ascender, agarrar-se com as mãos; ch. ter relação sexual, transar.

9.21.2007

Assim, meu anjo. Sei que faz um tempão que não apareço por aqui, que não escrevi tão pouco liguei para avisar que ia ficar sem aparecer, mas não precisa ficar chororô, afinal você já devia ter se acostumado com isso, coisa de gente canalha. Te abandonei, eu sei. Por quê? Ora, por que não? Tava sem vontade, meio apagado, sem tesão. Sem tesão por tudo isso, blá blá blá e coisa e tal. Queria um pouco de ação.

Por que voltei? Não me faça perguntas difíceis. Voltei por quis, por que tava com saudades de ti ou talvez só estava entediado demais para procurar algo novo, daí lembrei de você. Mas a verdade é que nunca vou saber, nem você. Vim te ver, simples assim.

9.13.2007

Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade Federal de Pernambuco, que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta. Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

8.28.2007

eu poderia ficar realmente apaixonada por ela. mas prefiro flanar por aí.

8.09.2007

um dos mottos de Hillary Clinton para 2008

"sometimes the best man for the job is a woman . "
tá aí , gostei !

7.31.2007

Terceiro passo para quem procura a redenção: Martírio.

Você não deistiu tão fácil de levar uma vida honesta e digna, não é? Fique tranquilo que episódios como o da missa tendem a acontecer nas melhores famílias, e convenhamos, a sua não se encaixa nesse perfil.

Nada melhor para tomar um rumo na vida do que através do martírio. Claro que é espiritual, sua jega. Martírio com corrente, liga, chicote e coturno lá na minha casa é fetiche. O grande lance é espiar os pecados através do sofrimento amoroso. Afinal, o que pode ser mais puro que o amor platônico?

Primeiro: Arranje uma musa inspiradora inalcançável e inabalável. Uma filha da puta (desculpe, inferno astral) insensível para ser mais exato.
Segundo: Grude nela como chiclete, lhe mande flores, telefone de hora em hora, compre um livro que sabe que ela nunca vai ler, limpe o vidro do carro dela e coisas do tipo, até ela se encher de você e te presentear com a mais completa indiferença.

Terceiro: Monte um blog e sofra, mas com voracidade, como se a porra do mundo fosse acabar num mar de lágrimas. Presenteie seus amigos com guarda-chuvas.

Continue assim por alguns anos, creio que uns dez basta. Aos poucos vá parando de comer e beber, caia de febre na cama. Quando ela vier lhe ver no leito, conte como foi dura sua vida sem ela e como poderiam ter sido felizes juntos. Morra.

Pronto você comprou seu lugar no céu.